A Associação Desportos de Aventura Desnível, contando com a parceria técnico-cientifica da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e da Escola Superior de Desporto de Rio Maior e do apoio da Diverlanhoso e da Câmara Municipal de Povoa de Lanhoso, organizou entre 14 a 16 Novembro 2008 as Jornadas Técnicas de Canyoning.
Estas Jornadas visaram reunir os técnicos, desportistas e agentes que desenvolvem, praticam ou prestam serviços associados a esta modalidade, tendo como principais objectivos promover a interacção entre os praticantes e agentes da modalidade e debater assuntos técnicos, modelos de formação e de enquadramento e prática desta actividade, de forma a contribuir para o desenvolvimento sustentado da modalidade.
Estas Jornadas contaram com 70 participantes, estando representados diversos monitores, clubes, empresas e estabelecimentos do ensino superior. As Jornadas decorreram num ambiente bastante descontraído e participativo, tendo sido alcançados os objectivos propostos.
As Jornadas foram divididas em seis sessões, sendo privilegiado a componente de formação e de debate.
Na sexta à noite foram apresentados várias comunicações referentes a estudos de ribeiras para a prática de canyoning, referentes ao trabalho final dos formandos inscritos no último curso de nível avançado, ministrado pela Associação Desnível.
O programa no sábado foi dividido em 3 sessões:
- Durante a manhã foram apresentadas 6 comunicações técnico-ciêntíficas.
- Á tarde os participantes foram divididos em dois grupos de trabalho, um referente aos modelos de formação e outro sobre o enquadramento jurídico da modalidade.
- A noite foi destinada a apresentações de destinos de canyoning: Açores, Maiorca, Canárias e Brasil e a sorteio de prémios de equipamentos disponibilizados por diversos patrocinadores, nomeadamente a Beal, a Petzl, a Five Ten, a CCBoard Center, a Tobogã e a Xplora
- Um grupo de praticantes foi descer o rio Saltadouro, actividade que decorreu durante todo o dia.
- Durante a manhã decorreram em simultâneo três workshops: auto-resgate, resgate e técnicas expeditas, contando com 34 formando.
- À tarde uma equipa da Diverlanhoso realizou um simulacro de resgate no Rio Cabreira
As comunicações estão disponíveis em: http://moodle.desnivel.pt/course/view.php?id=33
Mais fotos disponíveis em:
http://picasaweb.google.com/marciofaria36/JTCRioSaltadouro16NOV08
http://picasaweb.google.com/PCBaptista/RioSaltadouroNov2008
Conclusões das Jornadas
Durante as Jornadas foi consensual que o canyoning é uma actividade que pode ser encarada, quer do ponto de vista desportivo, quer de lazer e da animação turística, pelo que o seu enquadramento deve ir para além da competência das federações. Estas por sua vez apresentam competências na formação de quadros benévolos, sendo que a formação profissional deve ser enquadrada por outras entidades.
As principais conclusões decorreram do trabalho desenvolvido pelos dois workshops desenvolvidos durante a tarde de Sábado:
Grupo trabalho 1 - Reflexão sobre regulamentação/normalização na actividade de canyoning
Ideia mais forte: criação de uma marca/selo “canyoning responsável” voluntária
Destinatários: empresas, associações, clubes
Promotores: entidades do Sistema de Educação/Formação, associações empresariais e desportivas, empresas e clubes.
Mecanismo de controlo: comunicação cliente / marca
Requisitos a incluir:
- Rácio de enquadramento técnico referencial
- Equipamento (EPI, colectivo, etc…)
- Qualificação mínima
- Seguros
- Informação/comunicação sobre meio envolvente
- Obrigatoriedade de informação e transparência
- Procedimentos e.g.
- registo de ocorrências
- sistema de processamento de ocorrências
- gestão de emergências
- prestação de informações/transparência para clientes/participantes
- inquérito de avaliação
- …
Grupo trabalho 2 – Recomendações para a Formação
- A formação técnica deverá estar estruturada por níveis, sendo aceitável para ponto de partida cinco níveis.
- Para a actividade profissional, para além da formação técnica, deve existir uma vertente de formação de profissionais (Qualificação profissional).
- A carga horária, deverá servir como orientação, sendo importante identificar as competências terminais por cada nível de formação.
- Prever o reconhecimento da formação realizada no sentido de estabelecer processos de credenciação.
- Conteúdos (desenvolver numa 2ª fase…)
- Modelo de avaliação (desenvolver numa 2ªfase…)
- Perfis de competências (por nível)
- área técnica (igual p/a praticantes e profissionais)
- área pessoal e social (condução de grupos, dinâmica, liderança…)
- área pedagógica
- área biológica (socorrismo básico)
- Prever oportunidades de reciclagem e formação contínua
- Identificação das organizações/entidades com intervenção na área da formação: Federações (FCMP, FPME, FPE), Estabelecimentos de Ensino Superior, Associações e Clubes (Desnível, etc.), Empresas, Associações de Empresas (APECATE), IEFP, ICNB, TP
- Recomenda-se o envolvimento de equipas de profissionais associados ao socorro, tais como, Bombeiros, Protecção Civil, equipas de resgate, etc.
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