19 de novembro de 2008

Encontro Internacional de Canyoning - Cabo Verde 2009

Entre 5 e 12 de Abril de 2009 vai realizar-se um Encontro Internacional de Canyoning na ilha de Sto Antão em Cabo Verde – RIC 2009.
O encontro é organizado pela ACA, a EFC, a FEEC e Cabo Verde no Limits.
Para inscrições e informação:http://ric.canyoning.over-blog.com/

Jornadas Técnicas de Canyoning

Balanço e Conclusões

A Associação Desportos de Aventura Desnível, contando com a parceria técnico-cientifica da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e da Escola Superior de Desporto de Rio Maior e do apoio da Diverlanhoso e da Câmara Municipal de Povoa de Lanhoso, organizou entre 14 a 16 Novembro 2008 as Jornadas Técnicas de Canyoning.
Estas Jornadas visaram reunir os técnicos, desportistas e agentes que desenvolvem, praticam ou prestam serviços associados a esta modalidade, tendo como principais objectivos promover a interacção entre os praticantes e agentes da modalidade e debater assuntos técnicos, modelos de formação e de enquadramento e prática desta actividade, de forma a contribuir para o desenvolvimento sustentado da modalidade.
Estas Jornadas contaram com 70 participantes, estando representados diversos monitores, clubes, empresas e estabelecimentos do ensino superior. As Jornadas decorreram num ambiente bastante descontraído e participativo, tendo sido alcançados os objectivos propostos.

As Jornadas foram divididas em seis sessões, sendo privilegiado a componente de formação e de debate.

Na sexta à noite foram apresentados várias comunicações referentes a estudos de ribeiras para a prática de canyoning, referentes ao trabalho final dos formandos inscritos no último curso de nível avançado, ministrado pela Associação Desnível.

O programa no sábado foi dividido em 3 sessões:

  • Durante a manhã foram apresentadas 6 comunicações técnico-ciêntíficas.
  • Á tarde os participantes foram divididos em dois grupos de trabalho, um referente aos modelos de formação e outro sobre o enquadramento jurídico da modalidade.
  • A noite foi destinada a apresentações de destinos de canyoning: Açores, Maiorca, Canárias e Brasil e a sorteio de prémios de equipamentos disponibilizados por diversos patrocinadores, nomeadamente a Beal, a Petzl, a Five Ten, a CCBoard Center, a Tobogã e a Xplora
O programa de domingo contou com 3 sessões:
  • Um grupo de praticantes foi descer o rio Saltadouro, actividade que decorreu durante todo o dia.
  • Durante a manhã decorreram em simultâneo três workshops: auto-resgate, resgate e técnicas expeditas, contando com 34 formando.
  • À tarde uma equipa da Diverlanhoso realizou um simulacro de resgate no Rio Cabreira

As comunicações estão disponíveis em: http://moodle.desnivel.pt/course/view.php?id=33

Mais fotos disponíveis em:
http://picasaweb.google.com/marciofaria36/JTCRioSaltadouro16NOV08
http://picasaweb.google.com/PCBaptista/RioSaltadouroNov2008

Conclusões das Jornadas
Durante as Jornadas foi consensual que o canyoning é uma actividade que pode ser encarada, quer do ponto de vista desportivo, quer de lazer e da animação turística, pelo que o seu enquadramento deve ir para além da competência das federações. Estas por sua vez apresentam competências na formação de quadros benévolos, sendo que a formação profissional deve ser enquadrada por outras entidades.
As principais conclusões decorreram do trabalho desenvolvido pelos dois workshops desenvolvidos durante a tarde de Sábado:

Grupo trabalho 1 - Reflexão sobre regulamentação/normalização na actividade de canyoning
Ideia mais forte: criação de uma marca/selo “canyoning responsável” voluntária
Destinatários: empresas, associações, clubes
Promotores: entidades do Sistema de Educação/Formação, associações empresariais e desportivas, empresas e clubes.
Mecanismo de controlo: comunicação cliente / marca
Requisitos a incluir:
- Rácio de enquadramento técnico referencial
- Equipamento (EPI, colectivo, etc…)
- Qualificação mínima
- Seguros
- Informação/comunicação sobre meio envolvente
- Obrigatoriedade de informação e transparência
- Procedimentos e.g.

  • registo de ocorrências
  • sistema de processamento de ocorrências
  • gestão de emergências
  • prestação de informações/transparência para clientes/participantes
  • inquérito de avaliação

Grupo trabalho 2 – Recomendações para a Formação

- A formação técnica deverá estar estruturada por níveis, sendo aceitável para ponto de partida cinco níveis.
- Para a actividade profissional, para além da formação técnica, deve existir uma vertente de formação de profissionais (Qualificação profissional).
- A carga horária, deverá servir como orientação, sendo importante identificar as competências terminais por cada nível de formação.
- Prever o reconhecimento da formação realizada no sentido de estabelecer processos de credenciação.
- Conteúdos (desenvolver numa 2ª fase…)
- Modelo de avaliação (desenvolver numa 2ªfase…)
- Perfis de competências (por nível)

  • área técnica (igual p/a praticantes e profissionais)
  • área pessoal e social (condução de grupos, dinâmica, liderança…)
  • área pedagógica
  • área biológica (socorrismo básico)

- Prever oportunidades de reciclagem e formação contínua
- Identificação das organizações/entidades com intervenção na área da formação: Federações (FCMP, FPME, FPE), Estabelecimentos de Ensino Superior, Associações e Clubes (Desnível, etc.), Empresas, Associações de Empresas (APECATE), IEFP, ICNB, TP
- Recomenda-se o envolvimento de equipas de profissionais associados ao socorro, tais como, Bombeiros, Protecção Civil, equipas de resgate, etc.

18 de novembro de 2008

Expedição Canyoning a São Jorge e às Flores - 2008

(Foto: Canyoning das Barrosas - Flores)

No Verão de 2008 uma equipa da Desnível voltou aos Açores para a 3ª expedição de exploração de canyoning em São Jorge e a 5º expedição nas Flores.

As expedições às ilhas de São Jorge e das Flores tiveram como objectivo abrir e equipar diversos itinerários de canyoning de forma a potencializar os recursos existentes e permitir que outros praticantes possam visitar a ilha, ter acesso à informação sobre os itinerários e possam realiza-los em segurança.
Paralelamente pretendeu-se melhorar o equipamento de algumas ribeiras e proceder a uma avaliação das potencialidades para a prática da modalidade, especialmente como produto turístico. Como objectivo complementar pretendeu-se contribuir para a formação de técnicos locais.

IIIª Expedição de canyoning em São Jorge, de 1 a 10 de Agosto

(Foto: Canyoning do Castelhano)

Equipa: Francisco Silva, Maria do Céu Almeida, Mário Silva, Bruno Sebastião e Luís Paulo Bettencourt.

(Foto: Os 4 elementos da equipa em São Jorge e o menino do chá)

Um especial agradecimento à empresa Aventour pelo apoio logístico e amizade.

(Foto: Rapel final na Ribª de São Tomé - S. Jorge)

Durante a expedição foram realizadas oito descidas das quais seis aberturas e equipamento:

Vª Expedição de canyoning nas Flores entre 11 e 21 de Agosto (Foto: Durante a abertura da Ribª do Moco)

Equipa: Francisco Silva, Maria do Céu Almeida, Mário Silva e Marco Melo.

Um especial agradecimento ao Carlos Tostes do Hotel Ocidental e à Câmara Municipal de Sta Cruz.

(Video: Tobogã no Canyoning das Barrosas - Flores)

Durante a expedição foram realizadas oito descidas das quais seis aberturas e equipamento:

(Video: Rapel final no Canyoning das Barrosas - Flores)

12 de julho de 2008

Coasteering

O coasteering é uma modalidade desportiva relativamente recente, que consiste em progredir ao longo da costa pelas rochas e pelo mar, recorrendo a natação, escalada, saltos e caminhada. Em Portugal os locais mais propícios para prática desta modalidade são as zonas de costa rochosa bastante recortada com pequenas praias, virada a sul, como é o caso da Arrábida e da Serra de Sintra entre a Cabo da Roca e os Cinzentos (junto ao Abano).

Desde há cerca de três anos que a Desnível tem realizado actividades de coasteering, especialmente junto dos praticantes de canyoning.

Francisco a saltar, junto ao "Guincho Velho" (Foto de: Céu, Julho 2006)

O coasteering permite descobrir novas paisagens e perspectivas


Como se passa muito tempo dentro de água é necessário utilizar fato neoprene e um colete ou uma mochila com um flutuador. O capacete, luvas e calçado apropriado fazem parte do equipamento de segurança.

Para praticar esta actividade é fundamental cumprir as seguintes regras: saber nadar, nunca ir sozinho, avaliar as condições do mar, utilizar o equipamento adequado, ir com alguém que tenha experiência, verificar a profundidade antes de saltar.

A dificuldade do percurso depende de diversos factores, entre os quais, a dificuldade de progressão, a temperatura atmosférica e da água, a extensão do percurso, o vento, etc. No entanto o elemento mais variável é o estado do mar associado á ondulação e à direcção das ondas. Podemos assim considerar três níveis de dificuldade:
Blue Line: Boas condições para a prática da actividade com águas e vento calmo.
White Line; Ondas entre um metro e dois metros, com “carneiros” e muita espuma.
Red Line; Ondulação superior a dois metros, com necessidade de reacções rápidas e nadar bastante. Condições limites para se comercializar a actividade.
É ainda considerada: Flat line - percursos mais longos com condições calmas

Estágio de Canyoning em Maiorca

Maiorca apresenta um conjunto de canyonings com grande interesse, entre os quais se destacam o Gorg Blau i Sa Fosca, Mortix e Na Mora, que terminam na costa, ou mesmo no mar.
Francisco, Céu, Castanho e Cristine, estiveram no início de Junho em mais um estágio da Associação Desnível, a explorar este destino. Uma ilha extremamente turística, mas com uma serra calcária fabulosa, em especial para praticar canyoning, escalada e realizar percursos pedestres.
Como a ilha apresenta um clima mediterrânico e uma morfologia cársica, Junho é geralmente um mês em que já não há água nos canyonings, ou se encontra estagnada. Contudo, este ano foi excepcional e o problema foi a instabilidade do tempo que nos impediu de fazer canyoning nos dias com meteorologia instável, pois estes são muito encaixados. Ficam aqui imagens dos percursos realizados:

Durante uma hora e meia o Gorg Blau i Sa Fosca é uma autentico rio subterrâneo

No final do Gorg Blau i Sa Fosca

Já no mar, a saída do "Na Mora" exige uma natação final de quase 500 metros e só é possível com mar calmo, seguida de uma boa ascensão por um trilho bastante íngreme e no meio do lapiás. A outra solução passa por ascender as últimas cinco cascatas utilizando cordas fixas, ou a instalar.

Na torrente de Biniaraix

Para informações e croquis, consultar: http://www.descente-canyon.com/



3º Estágio de Canyoning da Desnível em em Guara

Entre 30 de Abril a 4 de Maio de 2008 a Desnível organizou o 3º estágio de Canyoning de Guara, no qual participaram 12 associados da desnível com nível técnico elevado.
Durante o estágio foram realizados os seguintes canyonings: San Julian, Cueva Cabritos, Fornocal, Estrecho e Mascun Superior.

O Fornocal foi "visitado" por duas vezes, sendo que na primeira, existiam tantos grupos que a fila de espera para realizar alguns dos rapeis chegava a duas horas! O que levou o grupo da Desnível a abortar a descida e subir o canyoning, o que obrigou a recurso de tecnicas de ascensão por porda e muita animação.

Valeu pela segunda tentativa, pois o canyoning é suberbo e tinha água corrente, o que já não é comum em Maio

Ficam aqui algumas fotos.
Francisco Silva

Cueva Cabritos


Final de San Julian

Fornocal

19 de abril de 2008

Flores - Paraíso do Canyoning

Ilha das Flores


Ao inicio, quando ainda mal a vista alcança, nada parece mostrar o potencial desta pequena pérola situada no meio do atlântico, a qual contém não só o ponto mais Ocidental da Europa, mas também um grande e diverso aglomerado de canyons capaz de satisfazer aqueles que nos visitam em busca da natureza e da adrenalina a esta associada.
Aqui ficam algumas imagens do que considero ser simplesmente magnifico!











Ribeira da Silva

















Ribeira do Cabo



















Ribeira de José Fraga


















Ribeira dos Ilhéus




















Ribeira dos Ilhéus


















Ribeira dos Ilhéus
















Ribeira do Ferreiro
(foram só umas horitas de treino aqui)




















Ribeira da Silva











Uma pequena brincadeira :)

Futuramente, mais novidades aparecerão. Para já, vou apostar no NIII da modalidade :)

Abraços e bons Canyons.

P.S.: Alguma duvida, contactar-me :)

Marco Melo

16 de abril de 2008

Novo Curso Nível III


A Desnível Iniciou a 3ª Edição do Curso NIII (Avançado), contando com oito formandos, o que era o limite máximo previsto. O curso será coordenado por Francisco Silva e terá ainda outros dois formadores a Maria do Céu Almeida e o Pedro Pacheco. Os formandos são: André Sousa, Fernando Ferrreira, Márcio Faria, Marco Melo, Miguel Ferrão, Nuno Araújo, Pedro Baptista e Tiago Bernardino.

O curso irá desenrolar-se entre Abril e Novembro de 2008, contando com 90 horas de formação e 50 de estágio.

20 de janeiro de 2008

Canyoning na Ilha da Madeira





Os ambientes imponentes e luxuriantes são extremamente exigentes, pelo que os praticantes desta modalidade têm de estar preparados fisicamente, tecnicamente e psicologicamente para poderem usufruir em autonomia e segurança os canyoning da Madeira. A maioria dos itinerários de canyoning na Madeira são pouco aquáticos e lúdicos, pois não proliferam as piscinas profundas. Assim estes percursos caracterizam-se essencialmente pelos fortes desníveis, grande número de cascatas e por se desenvolverem em vales muito encaixados rodeados de uma vegetação luxuriante. A Madeira constitui um santuário para a prática desta actividade graças à beleza e imponência das paisagens e à existência de inúmeros percursos, muitos deles por explorar e equipar.O clima da ilha contribui igualmente para enriquecer a oferta de possibilidades para a prática do canyoning, pois como é ameno permite praticar esta modalidade durante todo o ano. Devido às suas características, a maioria dos itinerários de canyoning apresentam um grau de dificuldade que limita a sua realização a pessoas que não dominem bem as técnicas de manobras de cordas e de canyoning em especial o rapel. Contudo, para aqueles que detenham formação adequada, os desafios são apelativos e a aventura será um estímulo que acentuará o sabor da descoberta de paisagens ímpares.Os riscos associados à dificuldade de acesso, ao desconhecimento dos itinerários, à inexistência ou insuficiência de equipamento, de queda de pedras e a uma rocha muito cortante (risco de ruptura das cordas) não deverão ser menosprezados por quem escolher a Madeira para praticar canyoning.O Ambiente NaturalA Ilha da Madeira fica situada no Oceano Atlântico à latitude de 32,5º norte, apresenta uma superfície de 741 km2 (57x22 km) e uma população de aproximadamente 260 mil habitantes.Esta ilha, de origem vulcânica, é bastante escarpada e montanhosa, tendo como ponto culminante o Pico Ruivo com 1862 metros de altitude. Devido à sua localização geográfica e à influência do Oceano Atlântico, a Madeira goza de um clima subtropical com temperaturas amenas durante todo o ano. As temperaturas médias variam entre os 19ºC no Inverno e os 23ºC no Verão. Existem assim, boas condições para a prática de canyoning durante todo o ano. No Inverno pode fazer muito frio e vento nas zonas mais altas, podendo mesmo nevar. No período mais húmido, de Outubro a Março, o lado norte da ilha encontra-se frequentemente coberto de nuvens. Junho é, em geral, o pior mês para visitar a ilha, devido à persistência de nuvens baixas, o que é vulgarmente conhecido por “Capacete”. Julho e Agosto são os meses com maior afluência de turistas.A sua exposição aos ventos dominantes estabelecem uma diferenciação climática apreciável entre o Norte húmido e menos povoado e o sul com um clima mais soalheiro e onde se localizam os principais aglomerados populacionais. Quando os portugueses descobriram esta ilha em 1418, ela era coberta por um densa floresta que progressivamente foi destruída para dar lugar ao povoamento, a pastos e a zonas de cultivo, frequentemente instaladas em socalcos (poios). A partir de então muitas espécies foram introduzidas. Entre as árvores endémicas é de realçar o til, o folhado, o cedro, o loureiro e as urzes e uveiras que aqui atingem porte arbóreo. Nas zonas mais conservadas subsiste a floresta laurissilva que é o remanescente do coberto florestal antes da chegada dos portugueses. É uma floresta com características subtropicais, húmida, que já ocupou grandes extensões do sul da Europa. A Laurissilva da Madeira, integrada no Parque Natural da Madeira, foi classificada como Património Mundial Natural da UNESCO em Dezembro de 1999. É uma floresta sempre verde. As principais espécies são o Til, o Vinhático, o Loureiro e o Barbusano, todas da família das Lauráceas. A Laurissilva incorpora diversos endemismos especialmente a nível dos estratos arbustivos e herbáceos.A Evolução do Canyoning na Madeira:
A Madeira foi explorada pela primeira vez em fins de 1989 por um grupo de franceses liderado por Fréderic Feu, ligado à empresa de desportos de aventura Atalanta. Iniciavam-se as primeiras descidas de canyoning na Ilha da Madeira, sendo o Ribeiro Frio e a Ribeira das Cales os primeiros canyonings a serem abertos, feitos e equipados. Após a exploração inicial, alguns madeirenses abriram e equiparam diversos itinerários, tendo nos últimos anos existido um impulso significativo na prática da modalidade no território, com o trabalho desenvolvido por equipas locais, alguns franceses muito dinâmicos dos quais se destaca o Antoine Florin, e elementos da Associação Desnível. Esta associação passou mesmo a organizar conjuntamente com o Clube Maresia estágios regulares: 2003, 2005 e com a estreia do Clube Naval do Seixal na organização deste evento em 2007.
Independentemente de tudo o resto, um grande dinamizador do Canyoning na Madeira é, sem dúvida, Antoine Florin que desde Setembro de 2000 já realizou a abertura e reequipamento de cerca de 40 canyonings e para os interessados em adiquirir este livro podem o contactar a través deste link: http://www.canyoning-madeira.com/ para adiqurir esse topo guia de Canyoning da Madeira.
Texto de Francisco Silva, Duarte Silva e Lino Filipe
Fotos de Duarte Silva; Rui Nelson e Nuno Freitas