20 de janeiro de 2008

Canyoning na Ilha da Madeira





Os ambientes imponentes e luxuriantes são extremamente exigentes, pelo que os praticantes desta modalidade têm de estar preparados fisicamente, tecnicamente e psicologicamente para poderem usufruir em autonomia e segurança os canyoning da Madeira. A maioria dos itinerários de canyoning na Madeira são pouco aquáticos e lúdicos, pois não proliferam as piscinas profundas. Assim estes percursos caracterizam-se essencialmente pelos fortes desníveis, grande número de cascatas e por se desenvolverem em vales muito encaixados rodeados de uma vegetação luxuriante. A Madeira constitui um santuário para a prática desta actividade graças à beleza e imponência das paisagens e à existência de inúmeros percursos, muitos deles por explorar e equipar.O clima da ilha contribui igualmente para enriquecer a oferta de possibilidades para a prática do canyoning, pois como é ameno permite praticar esta modalidade durante todo o ano. Devido às suas características, a maioria dos itinerários de canyoning apresentam um grau de dificuldade que limita a sua realização a pessoas que não dominem bem as técnicas de manobras de cordas e de canyoning em especial o rapel. Contudo, para aqueles que detenham formação adequada, os desafios são apelativos e a aventura será um estímulo que acentuará o sabor da descoberta de paisagens ímpares.Os riscos associados à dificuldade de acesso, ao desconhecimento dos itinerários, à inexistência ou insuficiência de equipamento, de queda de pedras e a uma rocha muito cortante (risco de ruptura das cordas) não deverão ser menosprezados por quem escolher a Madeira para praticar canyoning.O Ambiente NaturalA Ilha da Madeira fica situada no Oceano Atlântico à latitude de 32,5º norte, apresenta uma superfície de 741 km2 (57x22 km) e uma população de aproximadamente 260 mil habitantes.Esta ilha, de origem vulcânica, é bastante escarpada e montanhosa, tendo como ponto culminante o Pico Ruivo com 1862 metros de altitude. Devido à sua localização geográfica e à influência do Oceano Atlântico, a Madeira goza de um clima subtropical com temperaturas amenas durante todo o ano. As temperaturas médias variam entre os 19ºC no Inverno e os 23ºC no Verão. Existem assim, boas condições para a prática de canyoning durante todo o ano. No Inverno pode fazer muito frio e vento nas zonas mais altas, podendo mesmo nevar. No período mais húmido, de Outubro a Março, o lado norte da ilha encontra-se frequentemente coberto de nuvens. Junho é, em geral, o pior mês para visitar a ilha, devido à persistência de nuvens baixas, o que é vulgarmente conhecido por “Capacete”. Julho e Agosto são os meses com maior afluência de turistas.A sua exposição aos ventos dominantes estabelecem uma diferenciação climática apreciável entre o Norte húmido e menos povoado e o sul com um clima mais soalheiro e onde se localizam os principais aglomerados populacionais. Quando os portugueses descobriram esta ilha em 1418, ela era coberta por um densa floresta que progressivamente foi destruída para dar lugar ao povoamento, a pastos e a zonas de cultivo, frequentemente instaladas em socalcos (poios). A partir de então muitas espécies foram introduzidas. Entre as árvores endémicas é de realçar o til, o folhado, o cedro, o loureiro e as urzes e uveiras que aqui atingem porte arbóreo. Nas zonas mais conservadas subsiste a floresta laurissilva que é o remanescente do coberto florestal antes da chegada dos portugueses. É uma floresta com características subtropicais, húmida, que já ocupou grandes extensões do sul da Europa. A Laurissilva da Madeira, integrada no Parque Natural da Madeira, foi classificada como Património Mundial Natural da UNESCO em Dezembro de 1999. É uma floresta sempre verde. As principais espécies são o Til, o Vinhático, o Loureiro e o Barbusano, todas da família das Lauráceas. A Laurissilva incorpora diversos endemismos especialmente a nível dos estratos arbustivos e herbáceos.A Evolução do Canyoning na Madeira:
A Madeira foi explorada pela primeira vez em fins de 1989 por um grupo de franceses liderado por Fréderic Feu, ligado à empresa de desportos de aventura Atalanta. Iniciavam-se as primeiras descidas de canyoning na Ilha da Madeira, sendo o Ribeiro Frio e a Ribeira das Cales os primeiros canyonings a serem abertos, feitos e equipados. Após a exploração inicial, alguns madeirenses abriram e equiparam diversos itinerários, tendo nos últimos anos existido um impulso significativo na prática da modalidade no território, com o trabalho desenvolvido por equipas locais, alguns franceses muito dinâmicos dos quais se destaca o Antoine Florin, e elementos da Associação Desnível. Esta associação passou mesmo a organizar conjuntamente com o Clube Maresia estágios regulares: 2003, 2005 e com a estreia do Clube Naval do Seixal na organização deste evento em 2007.
Independentemente de tudo o resto, um grande dinamizador do Canyoning na Madeira é, sem dúvida, Antoine Florin que desde Setembro de 2000 já realizou a abertura e reequipamento de cerca de 40 canyonings e para os interessados em adiquirir este livro podem o contactar a través deste link: http://www.canyoning-madeira.com/ para adiqurir esse topo guia de Canyoning da Madeira.
Texto de Francisco Silva, Duarte Silva e Lino Filipe
Fotos de Duarte Silva; Rui Nelson e Nuno Freitas

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